domingo, 13 de março de 2016

Gatos idosos

Quem gosta realmente dos seus animais vê sempre com apreensão a chegada da velhice deles.
Ficamos com sensação de medo da perda daquele amigo.
Sim, os animais são perfeitos ! O seu único"defeito" é viverem bem menos tempo que os humanos.
Nos gatos a partir dos 10/12 anos o mais habitual é eles começarem a dormir (ainda) mais, a darem menos corridas e menos saltos acrobáticos.
Poderá também reparar que ele se movimenta com mais dificuldade.
Outro sinal de velhice poderá acontecer ao nível dos olhos, com névoas ou manchas visíveis. 
Nesta altura da vida deles temos que ser ainda mais vigilantes com a sua saúde, porque,  pequenos sinais e sintomas,  poderão indicar a chegada de algumas doenças mais comuns na velhice como diabetes, hipertiroidismo, cancro e doença renal.
E quanto mais cedo for feito o diagnóstico mais anos de qualidade ele terá .
Tenha por isso atenção especial a quaisquer abcessos, altos, quistos que lhe apareçam no corpo.
Igualmente atento deve estar a alterações no apetite e na ingestão de água bem como a vómitos frequentes, diarreias  ou alterações no peso.
O aparecimento de tártaro nos dentes ou problemas nas gengivas começa a notar-se pelo mau hálito ou dificuldades na mastigação.
Quaisquer destas alterações devem ser motivo de visita imediata ao médico veterinário.
O acompanhamento médico pode ser feito de modo mais frequente, com exames e análises feitos precocemente. O veterinário poderá também aconselhar uma alimentação diferente e prescrever alguns suplementos alimentares se necessário.
A nível do pêlo também se notam alterações: normalmente começa a ficar menos brilhante, aparece caspa com mais frequência e parece um pouco mais gorduroso. Devemos ajudar, escovando-os mais vezes para ajudar a retirar pêlo morto. E em algumas pelagens começam a notar-se os pêlos brancos.
A nível comportamental podemos notar uma menor vontade de brincadeiras e uma maior resmunguice.
 O respeito dos humanos para com os animais na velhice deve ser o maior possível.
Respeite as suas incapacidades, as suas doenças e mime-o muito, muito muito...
Se já tem um gato próximo dos 20 anos pense na benção que foi poder ter um amigo todo esse tempo.
E quando chegar a hora dele partir acompanhe-o se possível e não permita que ele tenha sofrimento exagerado.






segunda-feira, 7 de março de 2016

Acumuladores de Animais

Todos nós já ouvimos falar de pessoas, normalmente mulheres, que vão ficando com dezenas de gatos ou cães pondo em risco a sua própria saúde e a dos animais.
A psicologia certamente explicará este tipo de fenómeno, mas a maior das curiosidades é que estas pessoas gostam genuinamente de animais.
Algumas delas até se intitulam de protectoras de animais sem se aperceberem que fizeram da vida deles um pequeno inferno.
Ser acumulador de animais é apenas ter muitos animais à sua guarda? Certamente que não !
Ser acumulador é ter muitos animais num determinado espaço sem condições para tal.
A higiene, a saúde e até as características próprias da espécie não são tidas em conta.
Especialmente falando de gatos, existem pessoas que os vão acumulando em espaços fechados não tendo em conta que os gatos são territoriais e querem ter o seu próprio espaço sem o compartilhar com mais 30 outros gatos.
Eles necessitam de algum espaço para as correrias, para apanhar sol, e necessitam de ter o seu local limpo.
Estas pessoas vão também deixando detritos, urina e fezes um pouco por todo o lado não se parecendo importar com o risco para a saúde delas e dos animais.
Não desparasitam os animais, não os vacinam, não os castram e misturam animais doentes com animais sãos.
Infelizmente estas situações costumam acabar mal para os próprios animais, porque
são denunciadas pelos vizinhos, e os pobres animais são retirados à força e colocados em abrigos ou eutanasiados por causa da sua frágil saúde.
A raiz do problema não é tratada e a acumuladora começa lentamente a encher novamente a sua casa com animais.
Este post é apenas uma chamada de atenção para olharmos para os nossos vizinhos, amigos ou familiares com este tipo de desordens e os tentemos ajudar antes que a situação fique descontrolada.
https://www.veterinaria-atual.pt/destaques/sindrome-noe-numero-acumuladores-animais-preocupa-pan/?utm_content=bufferd9928&utm_medium=social&utm_source=facebook.com&utm_campaign=buffer

quarta-feira, 2 de março de 2016

Gatos agressivos - I

Este será o primeiro de vários posts que farei acerca da agressividade nos gatos, que é um dos mais graves problemas que podem acontecer, e que pode ter muitas causas possíveis.
E aqui, quando se fala de agressividade, não se fala do gato silvestre ou assilvestrado, não acostumado ao toque humano, mas sim do gato doméstico, que vive em ambiente familiar e que de repente, sem razão aparente, começa a ter uma atitude agressiva para com os outros gatos, animais e até para com os seus humanos.
Essa agressividade manifesta-se por miados bem altos e avisadores, boca aberta, pupilas dilatadas, orelhas para trás e pelo eriçado. O gato pode atirar-se contra outros gatos mordendo-os ou atacando com as unhas e pode também atirar-se contra os seus humanos, normalmente arranhando as pernas, ou mordendo as mãos quando estes o acarinham. No entanto este último comportamento é bastante raro, felizmente!

Quais as principais causas que podem estar por detrás desta mudança de comportamento?
  1. Causas físicas
  2. Alterações na dinâmica familiar tais como chegada de novo membro ou partida de um dos membros
  3. Mudança de residência
  4. Observação de outros gatos pela janela, especialmente se esses gatos o provocarem saltando para o parapeito, por exemplo.
  5. Junção de novo gato ou cão ou desaparecimento de um deles
  6. Mudança de atitude do tutor/a em relação ao gato

Causas Físicas:
Se o seu gato começar a ser agressivo de um momento para o outro, e se essa condição se mantiver durante algumas semanas,  uma ida ao veterinário é praticamente obrigatória.
Leve-o  ao veterinário para que este o aconselhe e faça alguns exames médicos. Fará análises ao sangue e poderá também fazer ecografias.
Será feito um despiste de doenças como infecções, hipertiroidismo, epilepsia ou demência. O veterinário também verá se o gato tem alguma dor que possa provcar essa irritabilidade
A solução para este tipo de situação depende muito da causa.
Existem causas facilmente tratáveis através de intervenção do veterinário e poderão passar por administração de medicamentos, procedimentos cirúrgicos,  alteração da ração.
Se a causa for demência ou outra doença sem tratamento possível, pode ser-he proposto eutanasiar o seu gatinho. Esta é sempre uma decisão dificílima e que deve ter em conta o bem-estar e a qualidade de vida do gato caso continue com a doença. e se necessário peça uma segunda opinião. Afinal a eutanásia tem que ser sempre o último recurso!
Se não for encontrada nenhuma causa física terão que ser exploradas outras hipóteses.

Ver também:
Gatos Agressivos II
Gatos Agressivos - Parte 3

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016

Alimentação Caseira

Se o seu gato for saudável não há motivo nenhum para não o alimentar com comida caseira, pelo menos algumas vezes por semana.
O maior cuidado que terá que ter é com a taurina, um aminoácido que os gatos não sintetizam e que obtêm na natureza através da ingestão de carne crua.
Ao cozinharmos os alimentos podemos destruir a taurina neles existente, e acabar por originar um défice deste aminoácido no gato. E a deficiência da taurina pode originar problemas sérios na saúde dele, como cardiopatias, problemas nos músculos e na retina.
Por isso, se pretende alimentar os gatos de forma exclusivamente caseira peça conselho ao seu veterinário para a ajudar na escolha dum suplemento de taurina e de outras vitaminas.

A alimentação industrial, seca ou húmida é dum modo geral mais completa a nível de vitaminas e minerais, mas tem por vezes alto teor de cereais e baixo teor de água. Esta alimentação tem sido por vezes associada a problemas urinários, obesidade e diabetes.
Quanto mais água na comida, melhor para a saúde do gato.
Lembre-se que eles são estritos carnívoros  e que na sua alimentação natural 70 a 75% do conteúdo é água

Como carnívoros , os gatos precisam de :
Proteínas de animais
taurina (aminoácido)
Ácidos gordos
Vitaminas
Minerais
Água

Exemplo de receitas para fazer para o seu gato: 
  • Coloque num processador de comida um fígado, um coração e pescoço de galinha cozidos previamente de modo a moê-los bem. Junte uma colher de sopa de arroz integral cozido. 
  • Coloque num processador de comida uma lata de sardinhas, uma colher de aveia cozida e 1 colher sopa de abóbora cozida
ATENÇÃO: esta é uma informação generalista.  Só o seu medico veterinário é que lhe deve dizer qual a ração adequada a cada gato
Ver também:

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

O miado dos gatos

Segundo os investigadores nesta área existem pelo menos 100 tipos diferentes de miados.
O mio pode não ser exatamente uma linguagem, mas sem dúvida que é pouco utilizado pelos gatos como forma de relacionamento entre eles próprios, mas muito utilizado para com os humanos no caso dos gatos domésticos.
O mais interessante é que os gatos ferais emitem poucos miados, mas, os gatos domésticos, ao longo dos seus milhares de anos de contacto com o ser humano, foram desenvolvendo tipos diferentes de miados, e quase todos os apaixonados por gatos conhecem bem alguns dos sons.
Os gatinhos bebés vocalizam muito mais que os gatinhos adultos, e algumas raças como os siameses e os birmaneses são extremamente vocais e "falam" quase todo o dia.

Tipos de miados mais comuns nos gatos domésticos:

- o bom dia ou cumprimento: é um miado bem mimado, breve, misturado com o ronronar.
- pedir alimento: este miado todos conhecemos muito bem, não é? É um miado mais longo e insistente
- o de medo: é um miado alto e longo. Um exemplo : há gatinhos que odeiam andar de carro ou sair à rua e quando os transportamos para qualquer lado, fazem este miado durante todo o trajeto para desespero dos donos.ns
- gatas no cio: miado longo e intenso e repetido incessantemente por vezes horas seguidas. Considere fazer uma castração/esterilização diminuindo este incómodo e melhorando a saúde e expectativa de vida da sua gatinha.

Tenha atenção ao comportamento do gato no momento do miado:
  • se ele estiver demasiado quieto e miar como se tivesse com dor, provavelmente é mesmo isso que está a acontecer e pode ter que ser levado a um veterinário.
  • cauda totalmente levantada junto com um miado breve é um cumprimento ao seu humano.
  • miados agressivos e orelhas para trás significam que ele está zangado e pode mesmo morder ou arranhar.



segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

A Ilha dos gatos

Sabia que existem algumas ilhas no Japão que têm mais gatos do que habitantes humanos?
Uma delas chama-se Aoshima e é o paraíso de qualquer apaixonado por gatos


A ilha dos Gatos

Enxoval

O que necessita de ter quando adota um gato :

  • Caixote ou tabuleiro para areia (pode ver um post dedicado a este tema com todos os tipos de caixote e de areia existentes no mercado, na secção de cuidados básicos)
  • pá para tirar os cocós do areão
  • Areia
  • Ração e patês
  • prato para ração seca, prato para ração húmida e tigela para água  
  • arranhador para as unhas
  • alguns brinquedos como bolas, pauzinhos com penas, ratinhos, apontadores de laser, etc..
  • cama
  • escova para gatos de ele tiver pelo comprido
  • caixa transportadora para o levar ao veterinário ou a alguma viagem necessária.
Hoje em dia não faltam no mercado muitos outros acessórios, alguns mais úteis, outros nem por isso. Estes não são acessórios obrigatórios  mas também os poderá querer comprar para o seu gatinho:

  • Fontes de água : como os gatos preferem beber em água corrente é uma boa opção para os que só bebem água da torneira
  • Erva para gatos : erva própria para eles comerem que se pode comprar em petshops
  • Brinquedos com catnip. Os gatos adoram o cheiro desta erva, roçam-se nestes brinquedos e ficam muito felizes
  • centro de atividades
  • brinquedos interativos
  • centro de atividades
  • mobiliário próprio como camas, sofás, prateleiras.


domingo, 7 de fevereiro de 2016

Cuidados básicos Saúde

Um tutor atento é a principal chave para que um gato se mantenha saudável e possa viver longos anos.
Todos os sinais e sintomas que o seu gatinho apresente e que sejam incomuns nele,  podem significar que ele necessita de ir a um veterinário.

Exemplos de sintomas ou sinais de que o deve levar a um veterinário:

  • Dificuldade em mastigar ou engolir
  • Falta de apetite
  • Letargia, apatia, indiferença
  • Emagrecimento
  • Beber água excessivamente
  • Vómitos constantes de água e comida (não confundir com a expulsão de bolas de pelo)
  • Diarreia ou sangue nas fezes
  • Mios altos ao urinar, entrar e sair da areia sem conseguir fazer nada.
  • Ausência de urina no areão durante um dia inteiro
  • sangue na urina
  • Abcessos, altos, caroços que lhe apareçam no corpo
  • Babar-se
  • Marcha deficiente
  • Qualquer ferida no corpo

O seu gato deve ser vacinado de acordo com o plano de vacinação para felinos recomendado pelo veterinário. 

Pelo menos de três em três meses deverá ser desparasitado internamente (contra lombrigas, giardia, etc.), e dependendo do seu acesso à rua, a desparasitação externa (contra pulgas, carraças, etc.)poderá ter que ser feita mensalmente. Peça conselho ao seu médico veterinário e poderá pedir-lhe também para ele o ensinar a desparasitar o gatinho sem necessidade de ir ao consultório. Ele poderá ensiná-lo a administrar os comprimidos, pastas, ou sprays, pipetas ou blisters e até os poderá fornecer.
ATENÇÃO: não administre nenhum produto não adequado para gatos ou não adequado ao seu peso, uma vez que essa administração (mesmo a externa) leva à MORTE. Colocar desparasitantes de cães em gatos leva à morte do gato.

Mesmo nos anos em que não seja necessário vaciná-lo, e mesmo que ele aparente estar de boa saúde, leve-o pelo menos a uma consulta anual.
Esta consulta poderá ter que ser um pouco mais frequente quanto ele se tornar num sénior.

O tutor deve limpar as orelhinhas dos gatos se necessário, (como já explicado noutro post), deve escová-lo, aplicar os produtos desparasitantes que o veterinário recomendou e estar atento.

Todo e qualquer ato que vise o tratamento crónico ou emergente dum gato tem que ser obrigatoriamente efetuado por um médico veterinário.
Não coloque a vida dele em risco pedindo nomes de medicamentos ou conselhos em redes sociais .


sábado, 23 de janeiro de 2016

Apresentar um gato a um bebé recém-nascido

É normal um gatinho ficar extremamente stressado com a presença do novo bebé que tem novos cheiros, faz barulhos esquisitos e "rouba" a atenção da mamã. Lembre-se sempre que o gato é um felino com um fortíssimo instinto territorial e para ele, um novo membro é sempre um invasor do território que lhe pertence.





Antes do nascimento:

Preparar o gatinho para o nascimento de um bebé é muito importante, para que este mais tarde aceite bem o novo membro da família.
  • Se vai impedir o acesso do gatinho ao quarto do bebé, faça-o ainda antes do nascimento, mantendo sempre a porta fechada. Ele terá natural curiosidade e por vezes vai conseguir entrar, mas nesse caso, deve agarrá-lo mimá-lo e colocá-lo suavemente fora do quarto. Não lhe grite, não o discipline porque só servirá para que ele se zangue com essa nova imposição.
  • Deixe-o cheirar e acariciar a sua barriga: ele já consegue cheirar esse novo bebé e sentir todos os seus movimentos: assim ele já o conhecerá melhor quando ele chegar.
  • Se o seu gato é do tipo que mia muito para chamar a sua atenção, treine-o antes do nascimento. No momento em que ele reclama a sua atenção deve ignorá-lo, mas mais tarde, quando ele estiver sossegado, deve mimá-lo. Isto impede que ele se habitue a reclamar a sua atenção exatamente quando estiver a cuidar do bebé.
  • Se existem outras pessoas na casa, fomente a ligação entre elas e o gatinho: por exemplo peça ao seu companheiro que seja ele a dar o patê diariamente.
  • O gatinho deve estar desparasitado interna e externamente.
  • Uns dias antes do bebé nascer coloque difusores de Felliway na casa

Depois do nascimento:

  • Quando estiver na maternidade, peça a alguém que leve um cobertor, ou uma peça de roupa do bebé e que a coloque no chão para que ele a possa cheirar, pisar, deitar em cima à sua vontade e devem finalizar com um biscoito ou um pouco de patê.
  • Quando chegar a casa deixe o bebé num dos quartos e vire imediatamente toda a sua atenção para o gatinho. Brinque com ele, faça-lhe mimos e dê-lhe uns biscoitos. Em seguida agarre num dos cobertores do bebé e coloque-o no chão. Deixe o seu gatinho pisá-lo e cheirá-lo à vontade e finalize com um biscoito.
  • Finalmente chegou a altura das apresentações: o bebé deve estar na sua cadeirinha ou berço e a mamã ou o papá devem estar muito próximo. Deixem o gatinho observá-lo e cheirá-lo. Ele tem uma enorme curiosidade .
  • Ele pode reagir de muitas formas diferentes: pode querer roçar-se no bebé - o que é um excelente sinal porque significa a aceitação - . Pode assustar-se e fugir, pode dar uns saltos quando ouvir o bebé chorar, pode querer lambê-lo, pode começar a miar e a lamentar-se. Alguns gatos, tanto machos como fêmeas são extremamente protetores em relação aos bebés e ficam horas seguidas a olhá-lo ou a dormir próximo dele, não gostando que estranhos se aproximem.
  • Cada família é que toma a decisão do que é e do que não é permitido na relação entre o recém nascido e o gato: no entanto, quando maior a proximidade entre eles mais fácil será este relacionamento.
Lembre-se que vai ter muito menos tempo para o gatinho, por isso, sempre que possível reserve um tempo só para ele